Tuesday, December 20, 2011

a fúria do mundo

se essas tábuas na parede esbarrassem na cara e levassem consigo a poeira que eu tinha entre os dedos, já não é mais nada; noite comum e insone. se antes de um giro elas se desfizessem, se colassem-se nos poros enormes de minha pele eu acordaria, afrouxaria as porcas, tiraria o húmus que insiste em apodrecer e acordaria, como as unhas que embranquecem ao calor. sim, se essas tábuas em mim colassem eu pararia de mentir, de gritar que a desordem em mim machuca – que meus olhos secos já não guardam esperança nas explosões afora a que me ilumina no silêncio da madrugada: era água que pediam, apenas água.

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