Saturday, July 17, 2010

monólito uruguaio

é vazio o copo que cai insone da cama
e com a ponta dos dedos
arrisca
um risco fundo no asfalto, e que
agora é aço
mas que se quebra com um sopro e
é vazio
é vazio o corpo que cola-se ao teu
que finge que cai
que sobra, grosseiramente sobra
nas paredes de meu ego
apodera-se, o outro, afoga o faro
em meus cabelos, inunda o ambiente
com o hálito, sobeja meus lençóis mas que
escorrega em minhas manchas porque
é anônimo o corpo que diz ser meu,
cai dormente
cai
inerte
descontrói-se
junta-se
e já não é o mesmo
o rosto dele
é vazio
mas é saudade o que eu sinto